O prédio que abriga o museu é tombado e é considerado a principal peça do nosso acervo.
Falando propriamente da história do edifício, voltamos à década de 20. A cidade de Rio Pomba vive sua fase áurea: o capital, proveniente do café, aquece o comércio, gerando uma ampla movimentação econômica no município. O jornal O Imparcial apresenta em todas suas edições grande volume de reclames comerciais, que chegam a ocupar cerca de 70% do jornal.
A cidade já era abastecida de energia elétrica com a instalação da Usina Ituerê de propriedade da companhia Força e Luz Cataguases Leopoldina, assim como uma Usina Açucareira, possuía também o Engenho Progresso, de beneficiamento de cereais, a fábrica de laticínios de J. J. Trindade, a Granja Açores que foi referência estadual na atividade pecuária, além de inúmeras outras propriedades. A instalação de linhas de telefone e duas agências automobilísticas demonstram a opulência da sociedade local que ostentava uma qualidade de vida semelhante à das grandes cidades da república.
Apesar da grande movimentação econômica da cidade, a circulação monetária ocorria em Ubá, pois a cidade não possuía uma agência bancária. Na edição de 28 de setembro de 1925, do Jornal O Imparcial, são apontados os transtornos que a população é obrigada a sofrer quando necessitava realizar transações comerciais que envolvem agências bancárias. Finalmente, em 21 de novembro de 1925, é inaugurada a primeira agência bancária do município, o Banco de Crédito Real, cujo gerente foi o senhor Antônio Anastácio, que exerceu a função por dez anos, e já havia sido correspondente do Banco Hypothecário na cidade. Ainda sem possuir sede própria, a agência instalara-se em um edifício na praça Coronel João Bento.
O edifício que atualmente abriga a sede do Museu Histórico de Rio Pomba foi a segunda e definitiva sede da agência do Banco de Crédito Real no município, erguida à rua Domingos Ignácio nº28, no centro da cidade de Rio Pomba. Uma construção assobradada de caráter eclético, concebida para ser agência no térreo e casa do gerente no pavimento superior. A adoção da tipologia eclética afirma os padrões da época, quando este estilo de construção tornou-se uma forte expressão da riqueza da república do café, símbolo de modernidade que se fez presente em diversos edifícios das principais capitais brasileiras, e como não poderia deixar de ser, na próspera Rio Pomba dos anos 20, que apresenta ainda hoje magníficos exemplares deste estilo, como o Fórum Nelson Hungria e diversos edifícios residenciais.
O projeto e a empreitada foram deixados a cargo do engenheiro do Estado, senhor Aminthas Jacques de Moraes, que morou por cerca de quatro anos no município, realizando principalmente obras de pavimentação de estradas na região.
Durante a revolução de trinta, a agência foi fechada entre 06 de outubro e 07 de novembro, quando foi reaberta para a atividade normal. Em 1961, o edifício sofreu algumas intervenções e, posteriormente, a agência passou a ocupar os dois pavimentos. Em 29 de setembro de 1989 foram encerradas as atividades bancárias no edifício e em 12 de novembro do mesmo ano foi estabelecido, por decreto municipal, que o imóvel deveria torna-se de utilidade pública, já prevendo a instalação da Casa de Cultura, Biblioteca Municipal e Museu Histórico de Rio Pomba.